Centenário da viagem aérea Portugal-Macau

Há cem anos, a viagem aérea de Portugal a Macau constituiu um notável feito aeronáutico de destaque internacional. Com a sua realização, Portugal competiu com êxito no plano das grandes viagens aéreas intercontinentais que então eram promovidas pelas grandes potências internacionais. Mas, contrariamente a essas grandes potências, o Estado português não apoiou este raide. Foi o povo que se mobilizou para o financiar, através de ampla subscrição pública, numa ação solidária e entusiasta que galvanizou o país
inteiro, desejoso de feitos que animassem os tempos sombrios da I República.
O raide foi sonhado e meticulosamente preparado pelos aviadores Brito Paes e Sarmento de Beires, com o apoio do mecânico Manuel Gouveia. A 2 de abril, o avião «Pátria» (um Breguet 16) dirigiu-se da Amadora para Vila Nova de Milfontes (terra a que Brito Paes estava pessoalmente ligado), pela vantagem oferecida pela pista dos Coitos, a única que garantia a descolagem segura do avião em carga plena.
Partindo a 7 de abril, os aviadores viveram momentos de elevado risco, como o da aterragem de emergência na Índia, que danificou definitivamente o avião e obrigou à aquisição de um um novo aparelho, igualmente custeado pelo povo português. Os aviadores percorreram um total de 16.760 Km em 25 etapas, até aterrarem a 20 de junho em Shum-Chum, na China, após terem sobrevoado Macau, onde não conseguiram aterrar devido a um ciclone.
Cumpria-se então um feito pioneiro da aviação mundial e dele deixou Sarmento de Beires uma empolgante narrativa, recentemente reeditada.

CARTAZ

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